Vale a pena? iPhone SE 2022 tem hardware topo de linha com visual retrô
Mirando o mercado 5G, Apple traz o chip do iPhone 13 para mercado de entrada. Confira o review
O iPhone SE 2022 chegou ao mercado no dia 18 de março com a promessa de um aparelho compacto com hardware topo de linha. Apesar do alto desempenho, o visual retrô e o tamanho da tela tornam o aparelho pouco atrativo quando comparado aos demais smartphones da Apple.
O novo iPhone possui processador Apple A15 Bionic, o mesmo chip utilizado nos modelos da linha iPhone 13. Construído a partir da tecnologia de 5 nm e CPU de 6 núcleos, ele garante conexão 5G, além de performar como um dos melhores do mercado para jogos e aplicativos.
Em comparação aos modelos Android, por exemplo, o seu desempenho é próximo ou até superior que aparelhos topo de linha como o Samsung Galaxy S22, o Xiaomi 12 e o Motorola Moto Edge 30 Pro. De acordo com a Apple, o dispositivo também é 6% superior a aparelhos da geração anterior como o iPhone 12 e até 40% mais rápido quando comparado ao Galaxy S21.
Mesmo com este avanço de hardware, algumas decisões da Apple para reduzir os custos de fabricação tornam o aparelho pouco atrativo para o mercado brasileiro, visto que no país ele será comercializado a partir de R$ 4.199, um preço bem mais salgado que os US$ 429 (aproximadamente R$ 2.076) propostos nos Estados Unidos, onde é direcionado ao público de entrada como alternativa popular para quem deseja um iPhone.
Modelo 2022 com chassi de 2017
A principal crítica dos usuários em relação ao novo iPhone SE 2022 está no seu design. A Apple optou por manter a carcaça da geração anterior, lançada em 2020, com visual baseado no iPhone 8 de 2017.
Apesar de funcional, o visual destoa dos produtos mais recentes da fabricante por manter um botão de menu na parte inferior, juntamente com um sensor de touch ID (os modelos mais recentes migraram para a tecnologia de reconhecimento facial), além de não possuir o icônico notch em sua tela – aquela borda presente na área da câmera de selfie que acabou se tornando marca registrada dos iPhone.
O principal problema deste design está no tamanho de 5,45 polegadas da tela, que pode ser considerado obsoleto por uma indústria habituada com aparelhos maiores. O impacto disto está na experiência do usuário que pode sofrer ao acessar apps e ferramentas que não são proprietários da Apple, em que a otimização é feita minimamente para telas de 6,2 polegadas, refletindo em ícones muito grandes ou no acréscimo de rolagens desnecessárias.
Além disso, a tela menor ainda utiliza a tecnologia LCD que além de possuir um consumo maior de energia, tem resolução inferior aos modelos OLED. Segundo fontes da indústria relacionada à Apple, a fabricante tem noção de tamanha desvantagem e planeja que a partir de 2023 todos os iPhones possuirão telas mais modernas, incluindo os mais baratos.
O curioso é que o mesmo não acontece com o iPhone 13 Mini que apesar de ter as mesmas 5,4 polegadas, se beneficia com o notch para obter alguns milímetros a mais na tela e com a tecnologia OLED para maior resolução.
Apple manteve recursos de 2020
Outro elemento que foi mantido em relação o iPhone SE de segunda geração é o set de câmeras. Tanto o iPhone SE de 2020 quanto o de 2022 possuem uma câmera traseira de 12 MP com abertura f/1.8 e resolução de filmagens em 4K. Já a câmera de selfie, por sua vez, tem configuração de 7 MP com abertura f/2.2. Ambos os modelos possuem certificação IP67 que os protege da poeira e de mergulhos d’água.


Vale a pena?
À primeira vista, a manutenção dos recursos da geração anterior faz o iPhone SE 2022 parecer uma atualização desnecessária. No entanto, esta especulação é descartada quando olhamos para o desempenho do seu processador. Está claro que o objetivo da Apple aqui não é o de lançar um aparelho realmente novo, mas de atualizá-lo para que o público de entrada também possa se beneficiar da tecnologia 5G.
A nova tecnologia de redes móveis avança rapidamente nos Estados Unidos e em países da Europa e Ásia. Com a atualização, a Apple manda um sinal para a concorrência como a única fabricante a escalar toda a sua linha de smartphones com a nova conexão.
No Brasil, por sua vez, a realidade é bem diferente. Apesar dos esforços da Anatel, a maioria das operadoras caminha a passos longos na transição. Com exceção das grandes capitais, dificilmente teremos acesso ao 5G antes de 2023.
Com isto, se você já possui um iPhone e pode aguardar, vale a pena trocar de aparelho mais tarde. No entanto, se você utiliza Android, existem opções com preços similares ao iPhone SE 2022 que oferecerão desempenho parecido ao chip A15 Bionic com recursos de câmera e tela superiores, como é o caso do Galaxy S21 FE.
Agora se você não se incomoda com aspectos citados, o iPhone SE 2022 figura como uma excelente alternativa aos R$ 6 mil da versão básica do iPhone 13, fornecendo quase o mesmo desempenho e custando menos.