Entendendo sobre carboidratos da dieta
Ele é um nutriente essencial para a vitalidade celular e, ao contrário do que as pessoas pensam, ele não é um vilão da alimentação.
Você já ouviu falar em carbofobia? Um termo que vem sendo discutido atualmente e que deve ser esclarecido. O carboidrato não é um vilão na nossa alimentação! Ele é um nutriente essencial para a vitalidade celular, produção de energia e manutenção do metabolismo corporal e deve ser ingerido em quantidades satisfatórias na dieta.
Carboidratos
A classificação dos carboidratos é dada de acordo com o grau de polimerização de monossacarídeos, sendo glicose, frutose e galactose, e, fisiologicamente, com o tipo de ligação existente em eles. Entretanto, nenhum alimento é composto por um único tipo de carboidrato, podendo ser classificados como:
- De rápida absorção: açúcares e amido de cereais refinados e seus derivados.
- De lenta absorção: amido de cereais integrais, vegetais e frutas.
- Resistentes à absorção: fibras alimentares e amidos resistentes.
A diferenciação entre os graus de absorção de um carboidrato é definida pelo valor de fibras alimentares presentes no alimento. As fibras têm a função de retardar o esvaziamento gástrico e a absorção da glicose e são praticamente nulas nos carboidratos de rápida absorção.
As fibras alimentares exercem ações fisiológicas no trato gastrintestinal (TGI) como um todo, sendo que suas frações, solúvel e insolúvel, afetam o sistema de forma distinta. As fibras alimentares insolúveis, presentes nas cascas e sementes, agem no intestino grosso, estimulando o peristaltismo. Em contrapartida, as fibras solúveis, presentes nas frutas, leguminosas e cereais integrais, agem tanto no mesmo local, com a fermentação colônica, quanto na porção superior do trato. Tal efeito aumenta a viscosidade do bolo alimentar, que retarda o esvaziamento gástrico e diminui os excessos alimentares.

A fermentação bacteriana das fibras no intestino é um importante coadjuvante na melhora da metainflamação. A reação leva a conversão das fibras nos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), promovendo os chamados efeitos hipocolesterolêmicos.
Uma dieta com perfil anti-inflamatório apresenta 40% de carboidratos em relação ao valor calórico total. Recomenda-se que a ingestão de fibras fique em torno de 20 a 30g/dia totais, sendo 5 a 10g da fração solúvel, sendo uma das principais recomendações para a prevenção de doenças cardiovasculares e agravos cardíacos.